sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Abate e os Decréptos n’ A Obra

É difícil recusar um convite que começa com o título “Quarta-feira etílica e sem lei” no lugar que você mais curte em Belo Horizonte. Eu adoro a Obra. Pra ser sincera, é o único inferninho que tenho paciência de freqüentar. Prefiro um bar, e se esse bar tiver o nome de Arcângelo nem precisa insistir muito. Também sou apreciadora de cerveja. Eu realmente curto o gosto dessa bebida. E às quartas eu costumo beber com uns amigos meus. Se você precisar de uma desculpa para beber durante a semana, a quarta-feira é um dia perfeito. É final do início da semana e começo do final de semana. Precisa de justificativa melhor que essa?

E eu já estava adequadamente bêbada quando cheguei à Obra. Bem, o convite que eu recebi no Facebook terminava com os seguintes dizeres: “Estaremos todos bêbados! Esperamos que você também!” Quem sou eu pra discordar? O problema é que os caras das bandas descumpriram a promessa e não estavam tão bêbados assim.

Confesso que me senti deslocada quando vi um monte de gente vestida de camisa preta. Ah, isso me lembra que eu esqueci de contar para vocês que as duas bandas eram de rock pesado. Inclusive, a influência de uma delas – a Abate – é o Pantera, talvez a única banda de rock pesado que eu curta. E eu curto muito. Mesmo! Outro motivo forte o suficiente para me fazer ir ao show. Mas voltando ao assunto, eu 'tava' com essa camisa:


E isso me fez sentir desconfortável pra caramba ali dentro. Fora o fato de que eu conhecia pouca gente. Mas eu fui e posso dizer que eu curti bastante. Não digo do show do Decréptos. Assistir uma música já foi o suficiente pra eu achar algo bem próximo de horrível. Preferi ficar na área de fumantes insistindo com uns metaleiros que punk é, sim, uma coisa legal.

Desci alguns bons minutos depois quando a Abate já tinha começado o show. E a banda logo de cara despertou o meu interesse. O vocalista estava no meio da galera emitindo uns guturais que nunca vi em nenhuma banda de Beagay. É, mas eu conheço pouco do rock pesado feito por aqui também. Então, essa opinião não deve contar muito. O fato é que atitude e personalidade deveria ser requisito obrigatório para uma banda se apresentar ao vivo. E pouca gente parece ter essa habilidade por aqui. Posso dizer que o Leozinho (Alcatraz) do Cães do Cerrado sabe fazer isso muito bem. Quem foi ao Chainsaw na Up!, em abril, vai saber do que eu estou falando. E o Jonathan Tadeu, do Quase Coadjuvante também. Ele sempre canta chapado e consegue transmitir toda a tensão emocional no palco, apesar de ser tímido pra caramba.

O cara mandou indiscutivelmente bem. As músicas têm letra em português, outra coisa bem rara e, portanto, bastante louvável. Ganhou minha simpatia pra sempre. O baixista também manda muito bem e confesso que ele tem mais jeito de guitarrista do que de baixista e o mesmo vale para o guitarrista. E no auge da minha bebice, logo depois do show, eu fiz esse mesmo comentário com o guitarrista. Exatamente dessa forma. Quando ele me perguntou a minha opinião sobre a banda e a apresentação. Inclusive, eu tinha permissão para falar mal se eu quisesse. Sem chance de falar mal mesmo não sendo o tipo de som que eu mais curta.

A única falha, na minha opinião, foi o mosh – ou a inexistência dele. Porra?! Belorizontino são sabe moshar não? Um bando de cara de camisa preta é incapaz de começar uma roda dessas em que a galera começa a se chutar mutuamente. Isso foi muito errado. Eu é que não ia começar a fazer isso, embora vontade não tenha me faltado. Mesmo. Cortar o cabelo estilo skrillex já foi muita loucura prum dia só. Ou não.

Ps.: Eu não tenho fotos do show, se você, por acaso, cair aqui e tiver alguma, me envie, por gentileza?!